O Theatro Sete de Abril foi o primeiro teatro construído no Rio Grande do Sul e é um dos teatros mais antigos em funcionamento no Brasil. Surgiu a partir de uma sociedade dramática particular, a Sociedade Scenica Theatro Sete de Abril, com o objetivo de proporcionar às famílias pelotenses um meio de distração e, ao mesmo tempo, de divulgação da arte. Quando fundado foi instalado num prédio provisório enquanto se tratava da construção do novo edifício.
Seu nome foi colocado pelos sócios da Sociedade Dramática existente na então Vila de São Francisco de Paula, atual Pelotas, que homenagearam com o nome de batismo a data em que o imperador Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de seu filho, Pedro II, fato histórico considerado como segunda independência do Brasil. Foi inaugurado em 2 de dezembro de 1833, dia do aniversário de Dom Pedro II, ficando assim duplamente ligado à figura do Imperador.
O começo da construção se deu em 1831, quando ocorriam espetáculos em um antigo galpão improvisado à Rua Anchieta esquina Major Cícero. Sua conclusão deu-se somente em 1834, embora tenham havido espetáculos no ano anterior ao término das obras.
A planta original ostenta quatro colunas na fachada e costuma ser classificada no estilo neoclássico. É de autoria do engenheiro alemão que também assina a então vila São Francisco de Paula, Eduard Van Kertchmar.
O Theatro passou por várias reformas, assim como alguns dos outros prédios antigos do entorno da praça, com o intuito da modernização, vindo com o surto de urbanização que ocorreu durante a segunda metade do século o XIX.
Em 1834 o prédio ostentava a fachada com detalhes em madeira, que logo na primeira reforma, ocorrida durante a década de 1870, foram substituídos por detalhes em ferro. Foi o período da construção dos casarões seis e oito do entorno da praça Coronel Pedro Osório, já com um estilo totalmente adaptado à modernidade.
A próxima reforma foi ainda mais radical, ocorreu em 1916 e transformou totalmente a fachada, abolindo as colunas e inserindo elementos iconográficos representando os usos do Theatro. É classificada como Art Noveau. Esta mesma reforma substituiu o sistema de velas do lustre por eletricidade. Outra ainda ocorreu em 1927, para anexar ao Theatro um terreno localizado à rua 15 de Novembro. Neste espaço encontram-se instalados atualmente a Administração do Theatro e o Memorial Theatro Sete de Abril. A reforma mais recente foi concluída em 1988 e buscava retomar a forma original do prédio.
Em justo reconhecimento à importância do prédio e ao significado do Theatro para o mundo artístico da Princesa do Sul, em 1972 foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) e, em 1979, foi municipalizado.
O Theatro Sete de Abril, ao longo de seus 174 anos, serviu de abrigo para diversos estilos de manifestações culturais, entre elas as apresentações de companhias de operetas e zarzuelas; companhias teatrais; concertos e recitais de música e poesia; espetáculos beneficentes de toda a espécie; palestras políticas, além do próprio cinematógrafo que desde o início do século XX caiu no gosto dos pelotenses. Recebeu em seu palco nomes como João Caetano, Itália Fausta, Procópio Ferreira e a grande cantora pelotense Zola Amaro e, mais recentemente, pode-se mencionar Fernanda Montenegro, Lucinha Lins, Ari Fontoura, entre tantos outros.